Pitiríase Liquenoide Crônica

Saiba que a pitiríase liquenóide crônica (PLC) é uma doença inflamatória rara de causa incerta e que geralmente apresenta uma evolução benigna.


Afinal, o que é pitiríase?

Trata-se de um grupo de doenças de pele que cursam com descamação fina, como a pitiríase versicolor e a pitiríase rósea. Para saber mais sobre o assunto, clique aqui (Dermatologia & Saúde).


Pitiríase Liquenóide:


A pitiríase Liquenóide manifesta-se como uma dermatite com manchas e lesões elevadas levemente descamativas de várias formas. Pode ocorrer em qualquer idade, com pico de prevalência aos 30 anos de idade. As crises podem ser recorrentes. Pode deixar cicatrizes ou causar mudanças de pigmentação da pele -- como manchas brancas no local onde a lesão se manifestou. É um transtorno de difícil diagnóstico, categorização e tratamento -- por ter uma ampla gama de manifestações e evolução imprevisível. Divide-se em 3 subtipos de doença:


a) Pitiríase liquenóide aguda:

Trata-se do surgimento agudo de pequenas e numerosas lesões. Estas rapidamente evoluem para pequenas bolhas, com e sem pus, cobertas por crostas de sangue.


b) Pitiríase liquenóide crônica (que detalharemos melhor abaixo)


c) Doença úlcero necrótica de Mucha-Habermann: é uma variante febril muito rara e grave da pitiríase liquenóide. Manifesta-se com aparecimento súbito e generalizado de placas roxas escuras, com crostas grossas e enegrecidas.


Pitiríase Liquenóide Crônica (PLC):

Aqui, as pequenas manchas aparecem de forma mais gradual que na forma aguda, variando suas cores de rosa a marrom. Distribuem-se principalmente no tronco, raiz dos braços e coxas.


Como podemos suspeitar e ter certeza desse diagnóstico?


1) A história da doença e exame físico, avaliados por um médico dermatologista, são essenciais para se determinar a suspeita diagnóstica. As lesões de pele da PLC não costumam coçar. Abaixo um exemplo de como as lesões podem aparecer:

PLC: pápulas (pequenas lesões elevadas) e máculas (pequenas manchas), com variação de cor entre rosa e marrom, e com escamas finas.


2) Exames diagnósticos que podem ser realizados:


a) dermatoscopia: teste confirmatório, feito em consultório, que ajuda a diferenciar de outras doenças.

Dermatoscopia da PLC: áreas sem estrutura, laranja-amareladas, vasos pontilhados focais.


b) biópsia de pele: exame confirmatório da doença, e pode descrever com precisão os subtipos da pitiríase liquenóide.


c) exames de sangue: podem ser solicitados quando há suspeita de origem infecciosa da PLC.


Doenças que podem ser confundidas com a PLC:

  • Papulose linfomatóide: apesar de parecer com PLC, apresenta-se com lesões mais elevadas e tem mais chance de cursar com um câncer de células inflamatórias (linfoma);
  • Psoríase gutata (veja mais no artigo sobre psoríase);
  • Erupção medicamentosa;
  • Sífilis:
  • Líquen plano.


Como é o tratamento para pitiríase liquenóide crônica?


Até o momento não há um padrão de tratamento. A melhor abordagem consiste na combinação de tratamentos tópicos (com cremes de corticóides ou imunomoduladores), fototerapia e antimicrobianos orais. Em alguns casos recalcitrantes e não responsivos às terapias anteriores, terapia sistêmica (via oral) com imunomoduladores pode ser necessária.


O médico dermatologista também pode suspeitar que alguma medicação usada pelo paciente possa estar causando esta reação na pele. Nesses casos, é importante que a medicação suspeita seja descontinuada.


Apesar de apresentar evolução geralmente benigna, existe uma chance da PLC evoluir para um tipo de câncer de células inflamatórias da pele ou até mesmo de cursar com outros tipos de câncer no corpo. Por isso é necessário alertar esses pacientes sobre a importância de se manter um acompanhamento regular com seu médico dermatologista de confiança. Além disso, também é sugerido um rastreamento de câncer apropriado para idade.